Com a urbanização crescente, nas últimas décadas, houve o progressivo distanciamento da natureza, assim como com a redução das áreas naturais e a falta de segurança e qualidade dos espaços públicos ao ar livre, o que acabou levando adultos e crianças a passar a maior parte do tempo em ambientes fechados e isolados.
A consequência é que tanto crianças quanto seus responsáveis passam cada vez mais tempo imersos no mundo digital, resultando em impressionantes efeitos na convivência, na educação, na saúde física e mental, na exposição a propaganda e a conteúdos tóxicos e inadequados, além da inatividade física e perda de contato com o mundo real e as relações presenciais.
Esta discussão tornou-se tão extrema que o problema tem um nome: Desordem do déficit natural.
Embora chamar isso de distúrbio possa ser meramente retórico, está claro que as crianças passam muito mais tempo dentro de casa do que fora de casa. Essa mudança se deve em grande parte à tecnologia: diz-se que a criança americana média gasta de 4 a 7 minutos por dia em brincadeiras não estruturadas ao ar livre e mais de 7 horas por dia na frente de uma tela. Os temores crescentes dos pais sobre doenças e perigos de brincar fora de casa - apesar das evidências em contrário - são outro grande fator.
Especialmente no contexto urbano, independentemente do tamanho da cidade, o mundo natural tem deixado de ser visto como elemento essencial da infância. Não existe mais o quintal, a rua, o terreno baldio, o campinho do bairro e a praça como espaços onde a criança deixa o conforto e a segurança do lar e se expande para, nesse espaço externo, desenvolver aspectos fundamentais do seu desenvolvimento.
E à medida que os subúrbios continuam a se expandir, a natureza é dividida em mais parcelas e as crianças parecem menos inclinadas a passar o tempo em um quintal cercado, muito menos pular a cerca no vizinho ou caminhar na floresta. Em vez disso, as atividades internas podem parecer mais fáceis (sem a necessidade de protetor solar!), mais seguras e ainda mais sociáveis para as crianças que estão crescendo com videogames e contas de rede social.
As consequências da desconexão cada vez maior das famílias e crianças com a natureza são significativas: obesidade, hiperatividade, déficit de atenção, distúrbios do sono, desequilíbrio emocional, baixa motricidade (falta de equilíbrio, agilidade e habilidade física) e miopia são alguns dos problemas de saúde mais evidentes causados por este contexto.
Nos últimos anos surgiram muitas pesquisas que sugerem que o convívio com a natureza na infância, especialmente por meio do brincar livre, ajuda a desenvolver: a movimentação física livre, o desenvolvimento da força física e de habilidades motoras, a convivência saudável e a construção da sua individualidade, a autonomia na tomada de decisão em relação a riscos, a capacidade de autoestimulação e autorregulação, de busca e exploração, estimulando imaginação e criatividade e desenvolvendo coragem e habilidade de resolução de problemas, a possibilidade de momentos de solitude e introspecção e o desenvolvimento da empatia e respeito com todas as formas de vida e com a natureza.
Um estudo, que foi publicado na revista Nature Sustainability, analisou adolescentes com idades entre 9 e 15 anos, de 31 escolas em Londres, para examinar como a exposição diária à natureza afeta o sucesso educacional. A “exposição à natureza” baseou-se em dados de satélite de vegetação, que mostraram a proximidade da casa e da escola de cada criança com os terrenos naturais. Os resultados mostraram que as crianças com acesso regular a bosques pontuaram mais alto em testes de memória e cognitivos e tiveram 17% menos probabilidade de apresentar problemas comportamentais.
Benefícios da natureza para a saúde das crianças
E como a natureza age?
Ela cria confiança: A maneira como as crianças brincam na natureza tem muito menos estrutura do que a maioria dos tipos de brincadeiras em ambientes fechados. Existem infinitas maneiras de interagir com ambientes ao ar livre, do quintal ao parque e à trilha de caminhada local ou lago, e deixar seu filho escolher como ele trata a natureza significa que ele tem o poder de controlar suas próprias ações.
Promove a criatividade e a imaginação: Esse estilo de jogo não estruturado também permite que as crianças interajam de forma significativa com o ambiente ao seu redor. Eles podem pensar com mais liberdade, projetar suas próprias atividades e abordar o mundo de maneiras criativas.
Ensina responsabilidade: Os seres vivos morrem se maltratados ou não cuidados adequadamente, e confiar a uma criança o cuidado das partes vivas de seu ambiente significa que eles aprenderão o que acontece quando se esquecem de regar uma planta ou arrancar uma flor pela raiz.
Ela fornece estimulação diferente: A natureza pode parecer menos estimulante do que o violento videogame de seu filho, mas, na realidade, ativa mais sentidos - você pode ver, ouvir, cheirar e tocar em ambientes externos.
Faz com que as crianças se mexam: A maioria das maneiras de interagir com a natureza envolve mais exercícios do que sentar no sofá. Seu filho não precisa se juntar ao time de futebol ou andar de bicicleta pelo parque - até uma caminhada fará seu sangue bombear! O exercício não é bom apenas para o corpo das crianças, mas também parece torná-las mais concentradas.
Ela os faz pensar: A natureza cria para as crianças uma sensação única de maravilha que nenhum outro ambiente pode proporcionar. Os fenômenos que ocorrem naturalmente em quintais e parques, todos os dias, fazem com que as crianças façam perguntas sobre a terra e a vida que ela sustenta.
Reduz o estresse e a fadiga: De acordo com a Teoria da Restauração da Atenção, os ambientes urbanos requerem o que é chamado de atenção direcionada, o que nos obriga a ignorar as distrações e esgota nosso cérebro. Em ambientes naturais, praticamos um tipo de atenção sem esforço, conhecido como fascinação suave que cria sensações de prazer, não fadiga.
Orientações para os pais:
Os pais são os modelos para os filhos e os valores e experiencias familiares tendem a se perpetuar nas gerações seguintes. Portanto, embora o tempo de tela seja a escolha mais fácil e popular, é importante reservar um tempo para brincar ao ar livre, SEMPRE!!
Fontes:
https://www.greenmatters.com/p/nature-exposure-kids
https://childmind.org/article/why-kids-need-to-spend-time-in-nature/
Benefícios do contato da criança com a natureza. Pediatria Ambulatorial. SOPERG. 2021.
Agende uma consultaO autismo, atualmente denominado Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode ser diagnosticado a qualquer momento da vida. Porém, seus primeiros sinais aparecem antes dos 3 primeiros anos de idade.
A alimentação, etapa tão essencial do desenvolvimento infantil, está no topo do ranking de reclamações dos pais no que diz respeito aos filhos.
Uma dieta vegetariana bem balanceada é capaz de promover crescimento e desenvolvimento adequados a crianças e adolescentes. Além disso, o vegetarianismo está amplamente associado a benefícios à saúde na prevenção de doenças como obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, doença cardíaca isquêmica, diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer.
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